Arquivo diário: 11 de junho de 2012

Orkut

O Orkut é uma plataforma para comunidades virtuais, filiada ao Google, com o objetivo de ajudar seus membros a conhecer pessoas e manter relacionamentos. Seu nome é originado no projetista chefe, Orkut Büyükkökten, engenheiro turco do Google. Seu alvo inicial eram os Estados Unidos, porém ganhou mais força no Brasil e na índia, sendo os mesmos seus maiores usuários. A sede do Orkut era inicialmente na Califórnia, quando o Google anunciou que o Orkut seria operado no Brasil pelo Google Brasil devido à grande quantidade de usuários brasileiros e ao crescimento dos assuntos legais. O Google anunciou em 19 de novembro de 2008 que disponibilizaria gradualmente aos usuários brasileiros uma ferramenta para bate-papo integrada ao orkut. A rede social já funcionava com o Google Talk, mas a novidade simplifica o acesso e uso do chat.

Como acontece na maioria dos sites de rede social no orkut existe um grande número de perfis falsos (também chamados de fakes ou bogus). Esses perfis geralmente se passam por pessoas famosas ou personagens de filmes ou desenhos, assim sendo óbvio que eles são falsos. Eles são criados tanto para proteger a identidade da pessoa quanto para diversão, e não são ilegais. O problema é quando o perfil é de uma outra pessoa, seja ela viva ou morta. Nesse caso, isso pode se enquadrar como falsidade ideológica. No Brasil, um homem de Santa Catarina foi preso por criar três perfis falsos e usá-los para difamar as vítimas.

No dia 19 de junho de 2006 os pesquisadores de segurança da “FaceTime Security Labs”, Christopher Boyd e Wayne Porter descobriram um “worm”, chamado de MW.Orc. Esse “worm” rouba detalhes bancários de usuários, como login e senha se propagando através do orkut. O ataque é iniciado quando um usuário lança um arquivo executável disfarçado de arquivo JPEG. O executável inicial que causou a infecção então instala mais dois arquivos no computador do usuário. Esses arquivos então enviam um e-mail com detalhes da conta bancária para o criador do “worm” quando o usuário infectado clica no ícone do “Meu Computador”. A infestação se espalha automaticamente postando a URL na página de recados de outro usuário.

Além de roubar informações pessoais, o malware também permitia que um usuário remoto controlasse o computador e fizesse dele parte de uma botnet, uma rede de computadores infectados. O botnet nesse caso usava a banda de rede do computador infectado para distribuir filmes piratas em larga escala, potencialmente reduzindo a velocidade de conexão do usuário. De acordo com declarações feitas pelo Google, a empresa implementou um conserto temporário para combater o “worm”.

Em 16 de Janeiro de 2007, a comunidade do “Orkut Eu AMO Floripa” foi alvo da primeira transação comercial de que se teve notícia na rede no Brasil, quando foi “adquirida” pela RBS, que pagou R$ 2 mil a um jovem carioca para se tornar mediadora do fórum de discussão. A página da comunidade foi utilizada para promover o festival do verão “Floripa Tem”, e seu nome foi alterado, logo em seguida, para “Eu Amo Floripa! Floripa Tem!”. Na época a comunidade totalizava quase setenta e cinco mil membros, e foi escolhida para a transação por sua maior popularidade entre os usuários da rede de relacionamento, comparada a outras com o mesmo tema.

É notável o sucesso das comunidades no Orkut, pois é uma forma interessante das pessoas encontraram de dizer quem são, sua personalidade. É até um pouco saudosista, “Eu assistia…”, “Eu comia…”, “Já fiz…”, “Eu vestia…”, “Eu brincava de…” e famoso “Eu odeio…” são palavras que fazem parte de vários nomes de comunidades.

A possibilidade de reunir um grupo em torno de um interesse comum e gerenciar as informações trocadas por este grupo despertou o interesse de internautas de todo o mundo, sobretudo dos brasileiros. O Orkut permite que seus usuários criem comunidades sobre assuntos diversos em um número ilimitado desde seu primeiro acesso à rede. O ser humano afirma a sua identidade por meio de sua afiliação social. São os diferentes grupos aos quais os indivíduos pertencem que os permitem saber quem são e o que aspiram. Esta teoria explica o interesse dos membros da rede Orkut em afiliar-se a comunidades que o definam ou que demonstrem seus gostos e suas características. É a partir das comunidades que os indivíduos começam de fato a inteirar-se com os outros membros. As comunidades de interesse e de relacionamento são as mais atrativas e populares dentro da rede, pois tratam de assuntos específicos a serem desenvolvidos e da troca de experiências pessoais entre os membros.

As Comunidades Virtuais e a Mobilização Social

Cada dia que passa aumenta o número de comunidades virtuais cujo objetivo é a mobilização social.Mas o que tem favorecido esse desenvolvimento?

Para que haja a mobilização social, a comunicação tem papel fundamental, pois é através dela que ocorre a mobilização dos públicos, os debates sobre as necessidades da sociedade, ou sobre o tema que incentivou a mobilização social, entre outros.

Segundo Gamson, há três componentes essenciais para as ações coletivas:

  • “Injustice se refere à criação de uma consciência política dos sujeitos envolvidos pelo movimento mobilizador, motivada por uma indignação moral. […]”.
  • “Agency component manifesta-se no empoderamento dos públicos rumo à mudança de sua realidade, perante suas próprias histórias. Muito mais que fazer algo a partir de atitude individual, é possível que nós façamos juntos. […]”.
  • “Identity reside na conscientização de que os públicos, ao partilharem uma experiência de um nós, delineiam um alvo comum – fome, pobreza, epidemia – a ser enfrentado coletivamente.”

Percebemos a partir desses três componentes, tanto a importância da comunicação no processo, como a importância das redes, pois como diz Frederico Vieira, “[…] a atuação dos públicos em rede torna-se um pilar fundamental para a ação coletiva e mobilizadora, na qual as relações passam a ser mais horizontais, cooperativas, ampliando as possibilidades de interação e proporcionando um terreno favorável ao desenvolvimento da criatividade dos sujeitos.”. Afinal, todos se enxergam como parte do todo, se sentem responsáveis pela construção da mobilização.

A partir dessa necessidade da atuação de redes, observamos porque o espaço virtual possibilita a mobilização de diversos públicos; afinal, através das comunidades virtuais formadas nas redes sociais, todos podem construir, desconstruir, colaborar ou opinar. Por meio da Internet a comunicação mantém um vínculo entre os sujeitos e o projeto social.

O espaço virtual é democrático, por isso propiciou essa expansão da mobilização social na internet, diferente dos meios de comunicação de massa. Como diz Frederico, “[…] as comunidades virtuais são parte do exercício da cidadania e da participação democrática.”.

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Referência Bibliográfica

LACERDA, Juciano de Souza, Movimentos Sociais, Redes e Comunidades virtuais: Um olhar sob vários ângulos da Rede Brasileira de Comunicadores Solidários à Criança. Disponível em: http://bocc.ubi.pt/pag/lacerda-juciano-comunidades-virtuais.html

SOUZA, Frederico da C. V.,  Públicos e redes em Contexto de Mobilização Social. Minas Gerais, V ABRACORP, 2011.  Disponível em: http://www.abrapcorp.org.br/anais2011/trabalhos/trabalho_frederico.pdf

Facebook

O Facebook é uma plataforma para comunidades virtuais, fundada em 2004 por alguns amigos, estudantes da Universidade de Harvard, Mark Zuckerberg, Eduardo Saverin, Dustin Moskovitz e Chris Hughes. A princípio a rede era utilizada apenas pelos estudantes de Havard. Posteriormente se expandindo para a utilização de outras universidades, colégios, pessoas maiores de 13 anos, para então ganhar fama suficiente e ser aberta ao público.

Uma das vantagens de usar a plataforma Facebook é o alcance potencial que você tem quando os usuários do Facebook compartilham conteúdo de seu aplicativo ou site com seus amigos. Por causa da força do endosso de um amigo, a comunicação através da plataforma Facebook pode ajudar produtos de alta qualidade crescer tremendamente.

O termo “Facebook”, traduzindo: “livro de rostos” é inspirado no livro que algumas universidades americanas entregam aos iniciantes, com a foto de todos os estudantes, para facilitar o conhecimento deles sobre os seus colegas. Em termos de uso, para acessar o facebook as pessoas devem antes se registrar, para então criarem um perfil pessoal e adicionarem seus amigos, recebendo notificações e podendo também participar de grupos de interesse em comum com outras pessoas. Qualquer usuário que declare ser maior de 13 anos tem acesso liberado ao facebook.

A história do Facebook se popularizou no filme “A Rede Social” (The Social Network). A idéia dos jovens era criar um website de relacionamento onde a experiência social dos colegas universitários acontecesse online. Compartilhar fotos, dizer o que achou da última festa, convidar alguém para sair, ter um espaço virtual para interagir com os amigos, conhecer novas pessoas. Este era basicamente o Facebook. Na página oficial, a rede é apresentada como um espaço que “ajuda as pessoas a se comunicarem com mais eficiência aos seus amigos, familiares e colegas de trabalho.”

O fundador do Facebook, Mark Zuckerberg, apresentou nova função para sua rede social, que permite criar pequenos grupos com pessoas selecionadas para a troca privada de informações. Além de fotos e posts, com a novidade, o Facebook irá disponibilizar ferramentas como salas de bate-papo, compartilhamento de documentos e informações por e-mail. A ideia é disponibilizar a opção de privacidade ao local onde até então era possível apenas compartilhar informações com grandes grupos de pessoas, como ‘amigos’, ‘amigos de amigos’ e ‘todos’.

Com a nova visão de Grupos, o Facebook encontrou uma maneira simples para compartilhar informações com pequenos grupos em um espaço privado. A configuração padrão é fechada, o que significa que apenas membros acompanham o que acontece naquele grupo. Nesse espaço privado é possível postar as fotos rapidamente, fazer planos e acompanhar as conversas em andamento. A partir da ferramenta, o Facebook facilita para o usuário a divisão de grupos importantes de pessoas da vida, como: família, time de futebol, baladas. Tudo o que o usuário tem que fazer é criar um grupo, adicionar os amigos e começar a compartilhar.

Os executivos do Facebook continuam empenhados em lançar novidades e manter o crescimento mundial desta rede. Em abril de 2010, foi criado o botão “curtir” (Like), mais uma ferramenta de interatividade do Facebook. “Gostou do que eu postei, desta foto, vídeo ou link, aperte o botão ‘curtir'”. O Facebook passou a interligar milhões de páginas da Internet. Mais de 10 mil sites adicionam o botão “curtir” por dia.

O Facebook não para de crescer. Atualmente são mais de 750 milhões de usuários ativos, pessoas que gastam 700 bilhões de minutos por mês somente nesta página. Seu crescimento médio mensal é de 10%. A página tornou-se o maior acervo digital de fotos dos Estados Unidos, com milhões de aplicativos criados por dia. A rede é também uma das mais acessadas por dispositivos móveis. Mais de 250 milhões de usuários acessam o Facebook regularmente de celulares, smartphones e tablets.

O Facebook hoje está entre os 10 sites mais acessados do mundo, no ranking Alexa Internet Inc., serviço de internet que mede quantos usuários visitam um site. A plataforma também aparece como o 1º colocado entre os sites mais acessados do mundo buscados pelo Google, na lista da Ad Planner Top 1000 Site.

Como é apresentado em seu site oficial, o Facebook hoje “é um pedaço da vida de milhões de pessoas que vivem em todas as partes do mundo.”

Linkedin

Lançada em 5 de maio de 2003, o Linkedin é uma rede de negócios, muito semelhante à uma rede social, que tem como objetivo principal conectar profissionais em escala mundial e ajuda-los a ter um aproveitamento melhor de sua rede de contatos profissionais, a fim de progredirem em suas carreiras. Tudo começou no final dos anos 90, quando Reid Hoffman e Konstantin Guericke, começaram a fazer um projeto de uma rede profissional online. Em dezembro de 2002, juntamente com mais três amigos, fundaram a rede que chamaram de Linkedin, sendo colocada no ar apenas em maio de 2003.

Reid Hoffman, co-fundador do Linkedin

O Linkedin segue um conceito diferente das demais redes sociais como Facebook e Orkut, que visam fazer amigos, compartilhar status, fotos e vídeos. O foco do Linkedin são os relacionamentos profissionais, como procurar parceiros e sócios para negócios e procurar um emprego,  tanto é que, o perfil dos usuários do Linkedin podem ser comparados a um currículo profissional, onde são mostradas informações de cunho acadêmico e profissional, como escolaridade, empregos atuais e anteriores, empregador, cargo, entre outros  registros.

O site começou com 300 usuários, que foram convidados a participar da rede pelos cinco fundadores. Depois de apenas um mês do ar, o Linkedin já tinha mais de 4.500 usuários cadastrados, e em um ano esse número subiu para mais de 1 milhão.  Em março de 2006, o Linkedin começou a ser rentável.

Recentemente lançou sua versão oficial em português. Foi registrado, no início de 2011, um número de usuários que chegava a 100 milhões. Após atingir essa marca, o Linkedin lançou uma página em seu site destinada aos membros contarem suas histórias de como a rede os ajudou em suas carreiras profissionais. Ainda esse ano, foram colocadas novas opções como a possibilidade de colocar uma foto no perfil e uma loja online oficial da rede.

Em 19 de maio desse ano, o Linkedin lançou suas ações na bolsa. Já no primeiro dia as ações da empresa subiram mais de 120%. Com uma oferta inicial de 45 dólares, o valor subiu em disparada para 101,8 dólares, fazendo o valor de mercado do Linkedin ultrapassar 8 bilhões de dólares.

Link para as pessoas aprenderem a usar o linkedin: http://www.ceviu.com.br/blog/info/dicas/fazendo-networking-com-o-linkedin

Comunidades Virtuais de Aprendizagem (CVAs)

Fazendo um apanhado histórico, pode-se dizer que é através do modo como se comunica que o indivíduo expressa sua própria identidade, a de um grupo ou de uma nação. Assim, na medida em que as tecnologias foram se desenvolvendo e ganhando espaço novas formas de comunicação e transmissão cultural também começam a alavancar.

A partir de 1980, o uso de computadores particulares se expandiu e com o advento da Internet e outras ferramentas de comunicação e interação por esses meios, propiciou o estabelecimento do que se chama de era da comunicação digital. E é nesse conceito que aparecem as comunidades virtuais, como grupos de sujeitos interligados virtualmente por vínculos não formalizados, mas com características comuns.

Dessa forma, as comunidades virtuais são definidas como redes virtuais de comunicação interativa, organizadas em torno de interesses compartilhados. Já as comunidades virtuais de aprendizagem são constituídas a partir de interesses comuns de conhecimento estabelecidos em um processo cooperativo. A interação entre os participantes de uma comunidade virtual de aprendizagem cria espaços que privilegiem a co-construção do conhecimento criando, assim, uma nova concepção de aprendizagem.

O processo de ensino e aprendizagem pode ser definido como o modo que o ser humano adquire novo conhecimento, desenvolve competências e muda o comportamento. Este processo baseia-se em metodologias, desenvolvidas em diferentes concepções científicas. As concepções abordam as diferentes compreensões sobre a aquisição do conhecimento e são delas que resultam diferentes modelos educacionais e práticas pedagógicas.

Ao pensar-se nas tecnologias da informática e metodologias para o ensino e aprendizagem on-line, o computador pode ser usado de diversas formas, refletindo propostas educativas teóricas. Quanto a isso, pode ser usado como “máquina de ensinar”, instrução programada ou ensino a distância; ou também na perspectiva de interação e construção de conhecimento, podendo utilizar-se de ambientes ou comunidades virtuais de aprendizagem.

Considera-se comunidade virtual de aprendizagem, redes eletrônicas de comunicação interativa, organizada em torno de um projeto mútuo. Elas são constituídas a partir de interesses comuns de conhecimento estabelecidos em um processo cooperativo. Assim, as comunidades virtuais de aprendizagem priorizam a interação social, a aprendizagem colaborativa e o trabalho cooperativo. Nesta perspectiva, a própria comunidade se legitima, por constituir-se a partir de afinidades de interesses, de conhecimentos, de projetos mútuos e valores de troca, estabelecidos no processo de cooperação.

As comunidades virtuais de aprendizagem realizam comunicações interativas, onde as normas, os valores e os comportamentos são definidos na própria comunidade. A aprendizagem é cooperativa e todos os sujeitos têm o mesmo direito de participação. O sujeito assume o papel ativo na construção do seu conhecimento de acordo com tema da comunidade e o educador tem o papel de orientador. Para Lévy (1999) “a direção mais promissora, que por sinal traduz a perspectiva da inteligência coletiva no domínio educativo, é a da aprendizagem cooperativa”.

As comunidades virtuais de aprendizagem, conforme Passarelli (2003) foram gestadas no espaço midiático da Internet e representam novas possibilidades para o processo de ensino e aprendizagem, tanto no âmbito da educação formal (escolas tradicionais) como no da educação não-formal (educação comunitária, educação para a vida). Por fim, para que haja sucesso, uma comunidade virtual de aprendizagem deve ter uma abordagem centrada no aluno. Além disso, o papel e a presença do professor, bem como o envolvimento ativo do aluno, são críticos para o êxito.

As “Tribos Virtuais”

No contexto do presenteísmo definido por “querer estar necessariamente junto, se reunir em tribo, viver o momento” (MAFFESOLI, 1987) é possível notar a forma de interatividade voltada para o “agora”, caracterizado pela velocidade da comunicação em tempo real, que supera as barreiras espaços-temporais.

E, dentro do cenário da cibercultura, disseminada e consolidada com o uso de tecnologias recentes (computadores, internet etc.), surgem as ditas tribos virtuais. Pessoas com interesses e experiências em comum partilham ambientes no ciberespaço para trocar conhecimento, um estilo diferente de ver o mundo, de se relacionar e se encontrar dentro do universo virtual.

Normalmente, os encontros que derivam a criação de tribos virtuais acontecem por acaso. Pessoas que navegam na internet se deparam com outras que têm os mesmos interesses e acabam partilhando afinidades. Funciona como uma relação de sentimento onde se deve manter o respeito enquanto participantes de um mesmo “contrato”, a partir de regras de conduta estabelecidas.

Outros fatores como, por exemplo, a busca de identidade, pode levar o indivíduo a se agregar a mais de uma tribo, o que acaba resultando na atual e crescente pluralização de identidade. A sociedade atual é composta por elementos desiguais e traz como consequência a necessidade de se estabelecer uma espécie de sociabilidade em rede – fruto da nossa condição pós-moderna.

Apesar das inúmeras discussões a respeito da virtualização do cotidiano, a criação de comunidades e, mais especificamente tribos virtuais, nada mais é que o resultado de uma autoconstrução onde o interesse e a aceitação dos participantes são maiores que em qualquer processo formal de agrupamento social. Nacionalidade, região, cultura e história são fatores que podem levar a segregação em tribos, além dos que são inerentes ao ser humano, como paternidade, sexualidade, raça, religião e, a partir deles, abre-se um leque de outras tribos como os LGBTT, negros, católicos, neonazistas, seguidores de Kennedy etc.

Assim como em tribos sociais “concretas”, como as indígenas, as virtuais se mantêm fiéis à sua cultura, história e valores ao longo dos anos. Através delas, são divididas crenças e hábitos como forma de afirmação de sua existência.

 “O lado sombrio”:

Em reportagem na Revista Galileu (abril de 2008), a jornalista Juliana Tiraboschi faz um alerta para aquelas comunidades voltadas para discussão de temas como incentivo à pedofilia, anorexia, uso de drogas, suicídio e até instruções para a prática de crimes. Para a pesquisadora, não se trata, no entanto, de demonizar a rede por conta dessa parcela de usuários dentro de um universo.

A internet seria uma facilitadora da conexão entre pessoas, desde amantes da música até suicidas em potencial. Tiraboschi ressalta que, além de ser um meio por onde as pessoas podem trocar experiências e se identificar com as mesmas ideias, as tribos virtuais também são consideradas um meio rápido, abrangente e eficiente de divulgar conceitos e preconceitos.

Casos que envolvem práticas violentas contra homossexuais e nordestinos têm gerado grande repercussão no universo virtual.

A cada dia, centenas de jovens sofrem preconceito na internet e na “vida real”. Além desses casos, o bullying também tem sido alvo de discussões e na rede não é diferente.

A reprodução de preconceitos e divisões sociais na Internet, que ultrapassam questões como a exclusão digital, merece atenção da agenda de pesquisas em cibercultura, em redes sociais e, consequentemente, nas comunidades virtuais.

Comunidades virtuais exóticas

Segmentação crescente do público promove surgimento das mais exóticas comunidades virtuais.

Atrações poderosas na Internet, as comunidades online reúnem pessoas com os mesmos interesses que desejam compartilhar informações, novidades e hobbies. Mas não é só de Myspace, Orkut e Facebook que se alimentam essas comunidades virtuais. Atualmente existem opções para os mais diversos perfis de usuários: a Postcrossing, por exemplo, é a comunidade ideal para aqueles que curtem cartões postais; para os mais gordinhos, a Traineo, que traz dicas para uma alimentação saudável. São comunidades para cinéfilos, imigrantes, motoboys.

Veja o vídeo abaixo:

http://www.olhardigital.com.br/embed/5412

Links:

www.traineo.com

www.zexe.net

www.moviemobz.com

www.postcrossing.com

Fonte: Olhar Digital

Formatos de Comunidades Virtuais

Fóruns de discussão – Ferramenta para páginas de Internet destinada a promover debates através de mensagens publicadas sobre uma mesma questão. Também conhecidos como comunidade ou board, os fóruns proporcionam interação e aprendizado de diferentes maneiras, como fazer amigos, namorar, criar um grupo de trabalho voluntário comprometido com causas coletivas, ensinar, aprender, trabalhar, expor produções, discutir sobre temas específicos etc.

Vale ressaltar que todo fórum tem suas regras específicas. Assim como no mundo das organizações, a grande maioria dos fóruns possuem regras em comum. Dentre elas, são proibidos spans, fakes, flood (envio de muitas mensagens que desorganizam os tópicos), brigas, tópicos inúteis, double posting e ressucitar tópicos. Geralmente, quando um usuário desrespeita uma dessas regras, é punido com alerta, advertência, suspensão ou banimento. No caso de usuários não cadastrados (assim como pode servir para os cadastrados), o bloqueio de IP também pode ser aplicado. As regras são mantidas, executadas e modificadas pela equipe de moderação, mas os usuários também podem ajudar os moderadores via um sistema de report. Os moderadores, por sua vez, também possuem regras próprias e caso um moderador desrespeite uma dessas regras, geralmente, perde o cargo.

Árvore de discussão ou de tópicos (Thread) Comumente utilizada em fóruns de discussão, uma thread é uma espécie de “linha de discussão” que, a partir de uma mensagem original qualquer postada em algum local de discussão virtual (como os fóruns e o Moodle), é possível que haja respostas que vão sendo subordinadas umas às outras.

É possível que haja resposta da resposta e assim por diante, formando então essa cadeia de tópicos que é chamada thread. Este formato se assemelha a uma conversa em cascata. O termo thread, em especial, é um termo em inglês que significa “linha” num sentido semelhante à “linha do tempo” ou “linha de pensamento”. Neste caso, a thread significa “linha de discussão”. Apesar de o termo ser usado normalmente no feminino, algumas vezes emprega-se o termo no masculino, como: “um thread de discussão”.

Algumas variações como: mail threadOrkut threadwikithread etc. podem existir de acordo com o ambiente que ocorre as threads de discussão.

Lista de discussão Também chamada de grupo de discussão, a lista é uma ferramenta gerenciável pela Internet que permite a um grupo de pessoas a troca de mensagens via e-mail entre todos os membros do grupo. O processo de uso consiste no cadastramento da lista em sites que oferecem o serviço, como o Yahoo e o Gmail, por exemplo. E, depois, no cadastramento de membros. Uma mensagem escrita por membro, enviada para a lista, replica automaticamente na caixa postal de cada um dos cadastrados.

Listas de discussão são ferramentas de comunicação assíncronas, ou seja, para o recebimento e envio de mensagens não é necessário que os participantes estejam conectados ao mesmo tempo. Contudo, essas listas também possibilitam uma comunicação síncrona, através da ferramenta de bate-papo existente na lista, exigindo que os participantes da discussão estejam conectados simultaneamente para que o processo de comunicação seja efetuado.

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Chats

ICQ – Criado em 1996 por quatro jovens israelenses (Yair Goldfinger, Arik Vardi, Sefi Vigiser e Amnon Amir), que fundaram uma empresa chamada Mirabilis, o ICQ, que teve como objetivo trazer uma nova forma de comunicação pela internet, é um programa de comunicação instantânea pioneiro na Internet e pertence à companhia Mail.ru Group. Inicialmente, o ICQ foi criado para usuários dos sistemas operacionais Windows, que até então não possuíam um software que garantisse a comunicação instantânea entre eles.

A sigla “ICQ” é um símbolo feito com base na pronúncia das letras em inglês (I Seek You), em português, “Eu procuro você”, porém é popularmente conhecido no Brasil como “i-cê-quê”.

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Messenger – Considerado o comunicador instantâneo mais famoso e utilizado no mundo, o MSN (derivado de The Microsoft Network) é um portal e uma rede de serviços oferecidos pela Microsoft em suas estratégias, que envolvem tecnologias de Internet. A marca do comunicador representa uma borboleta, que “captura a imaginação e a liberdade” de conversar no MSN, segundo a Microsoft.

Inicialmente concebido para ser uma grande BBS (ou serviço online), em 1994, para os usuários do Windows 95, o MSN não ficou tão popularizado como o ICQ nesta época. Bill Gates afirmava que a Internet era apenas uma “moda passageira” e que os grandes serviços online eram o futuro das conexões caseiras entre computadores pessoais, devido ao grande sucesso que era a America Online e a Compuserve. Entretanto, a baixa demanda fez com que o MSN, assim como os demais serviços online da época, se convertesse em uma provedora de acesso à Internet distribuindo conteúdo exclusivo para os assinantes. Já a partir de 1997, o conteúdo começou a ser gradualmente aberto a todos os assinantes e tornou-se um sucesso mundial.

Atualmente, o MSN ainda mantém grandes portais na Internet integrados pela tecnologia, mesmo com a “febre” do chat do Facebook e contém milhares de comunidades internas, com grandes chats, e “tribos” virtuais, que trocam informações específicas.

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